Coisas que não entendo #13
Ontem estava a ler uma notícia referente à venda da Casa Manoel de Oliveira e ri-me tanto com os comentários que almas iluminadas fizeram no FB que não resisti a escrever este post.
Sugeria que antes de comentarem lessem com atenção a notícia e procurassem informar-se antes de mandarem os vossos bitaites. Comentários do género "ainda o homem foi agora a enterrar e já lhe vendem a casa" puseram-me a rebolar de tanto rir. É que a Casa Manoel Oliveira não era a morada do senhor, nunca tendo sido utilizada por ele (nem por ninguém a bem ver). Depois os comentários do costume acerca da arquitetura dos edifícios que me fazem crer que em cada português há um arquiteto - deve ser por isso que se continuam a fazer obras ilegais e sem projeto. O pobre Eduardo Souto Moura foi completamente cilindrado nos comentários. E finalmente, o debate se a dita casa fica na Foz ou na Boavista (?). Em caso de dúvida bastava ir ao Google mas pelos vistos há quem situe a casa em plena avenida da Boavista e efetivamente quem a conheça na sua verdadeira localização - na Foz.
Brincadeiras à parte, não percebo estas "obras" encomendadas a nomes sonantes da arquitetura e que depois não têm utilização. Assim de repente lembro-me do Edifício Transparente, projetado por Sòla Morales e que só cinco anos depois da sua inauguração veio a ser ocupado, não sem antes ter tido obras de reconversão do arquiteto português Carlos Prata. É de ressalvar o dinheiro que se gasta sem haver retorno. No caso da Casa Manoel Oliveira foram 2 milhões de euros, no caso do Edifício Transparente foram "apenas" 15 milhões gastos na obra inicial e na reconversão. Juntemos ao Edifício Transparente a maravilhosa derrapagem orçamental da Casa da Música e temos uma bela quantia gasta no Porto 2001. Claro que depois as pessoas acham que a Arquitetura é cara... Não é a Arquitetura que é cara, é mesmo o mau planeamento financeiro que por cá vigora.
xoxo
cindy