O instinto maternal
Nisto da maternidade não há certos e errados mas há uma coisa muito importante - o instinto maternal. Sabem quando têm um pressentimento de que algo não está bem com os vossos filhotes, mesmo sem razão aparente? Infelizmente ou felizmente, comigo não falha.
Dos 4 aos 5 meses, baby P. esteve doente com uma tosse que não o abandonava. Fez alguma medicação e só com corticóide é que finalmente a tosse passou e ele começou a melhorar. Quando fomos ao centro de saúde para lhe ser administrada a Bexsero aos 5 meses, pedi à enfermeira para o pesar e vimos que tinha aumentado muito pouco de peso nesse mês. Mas como tinha estado doente não era de estranhar e o pouco aumento foi desvalorizado. Fui estando atenta porque fiquei cismada com o pouco aumento de peso mas vendo-o bem disposto e sempre sorridente, sem parar de brincar e a desenvolver-se bem, convenci-me que eram minhoquices minhas...
Aos 6 meses nova ida ao centro de saúde para as vacinas do PNV e consulta de seguimento. Ao pesá-lo, pouco aumento de peso novamente. A pediatra do cs fez algumas perguntas e recomendou que na semana seguinte fossemos ao pediatra ver como estava a questão do peso. Assim o fizemos e realmente, embora nessa semana tivesse aumentado satisfatoriamente, estava bastante abaixo do peso para a idade e sem percentil. Em termos de comprimento e perímetro cefálico tudo bem e dentro da média. Face à descida de percentil, o pediatra passou uma série de análises ao sangue e à urina. Claro que ficámos preocupadíssimos e no dia seguinte estávamos na CUF a tratar de tudo. Um obrigada à enfermeira pediátrica que tão bem tratou do nosso baby, tirou o sangue sem o magoar e sempre carinhosa. Os resultados demoraram uma semana por causa da urocultura e deu positivo para infeção urinária, estando explicado o pouco aumento de peso. Foi medicado com antibiótico e agora aguardamos para repetir as análises e fazer uma ecografia renal. Para além da questão do peso, ele não teve mais nenhum sintoma... não o senti irritado, não fez febre, não perdeu o apetite.
Mas como se não bastasse, domingo fomos às urgências da CUF porque estava com pieira ao respirar e bastante tosse. Diagnóstico: bronquiolite. Broncodilatador para fazer durante 5 dias e recomendações de nova auscultação no pediatra.
Como devem imaginar, ando ( andamos) num estado constante de preocupação. Com a mais velha nunca tivemos destes percalços, foi sempre saudável até entrar no infantário aos 3 anos e foi tendo as viroses próprias das crianças. Com baby P. tenho a sensação que andamos em estado de alerta constante há uns meses, sem descanso pelo meio. A tosse não o deixa descansar nem a ele, nem a nós e as noites têm sido verdadeiramente terríveis. No meio disto tudo, temos um bebé geralmente bem-disposto, com apetite e que todos os dias aprende uma gracinha nova.
Podem-me dizer que há coisas piores mas tem sido difícil... E eu só penso que se tivesse valorizado o meu pressentimento, teria ido com ele mais cedo ao pediatra e a ITU teria sido diagnosticada mais cedo.
Espero que depois da tempestade venha a bonança e que o início do próximo ano nos traga boas novas.