Atenção mamãs ( e futuras)!
Já várias vezes me cruzei com bébés com poucos meses engalanados com o chamado "colar de âmbar". Para quem não sabe, existe a crença de que estes tipo de adorno facilita o rompimento da dentição, aliviando os sintomas dos bébés. Não é sabedoria popular, se perguntarem a alguém mais idoso ninguém ouviu falar e portanto não é daquelas coisas que tem por base algum conhecimento ancestral Tão pouco sei de onde vem a "moda" mas o certo é que costumo ver os ditos colares nos pescocinhos mais abastados.
O que é certo é que o dito colar nunca é retirado, e os bébés chegam a dormir com eles. O que sempre me meteu impressão. Portanto, ontem gostei de ler esta crónica do Dr. Mário Cordeiro, um nome que será sonante para a maior parte das mamãs, já que além de pediatra é autor de vários livros, alguns dos quais moram nas prateleiras cá de casa. o artigo surge na sequência de alguma investigação sobre a veracidade da utilização do colar de âmbar e efetivamente não há nada que comprove a sua eficácia (ou ineficácia). Certo é - e para mim sempre foi esta a primeira questão - que é perigoso que bébés de tenra idade andem com colares ao pescoço. Podem ficar presos e não se conseguirem libertar, podendo mesmo sofrer de asfixiação.
Deixo aqui a resposta da faculdade de Medicina de Harvard:
"Colocar colares de âmbar no pescoço das crianças é uma prática ancestral, mas constitui um equívoco científico e traduz primitivismo, sendo mais vulgar nas tribos pouco desenvolvidas. Além de não fazer rigorosamente nada, a não ser o efeito psicológico sobre os pais que pensam que estão a fazer alguma coisa num assunto em que há muito pouco de preventivo a fazer – a dentição e as suas dores –, comporta um enorme risco de a criança poder prender o colar em algum local e, com os seus gestos repentinos, mesmo um colar com 33 cm, poder enganchá-lo, sobretudo na Primavera e Verão, em que andam mais ‘esgoleirados’ e, com o movimento brusco, causar um estrangulamento ao nível da ‘maçã de Adão’ – ou seja, laringe e osso hióide, e ainda nas veias jugulares e nas carótidas –, podendo sufocar, causar desmaio ou um golpe de extrema gravidade na traqueia.” Os meus interlocutores do espaço cibernáutico foram unânimes: “É desaconselhável colocar colares de âmbar no pescoço das crianças.”
Acham que os supostos benefícios - para quem acredita - são mais importantes do que este perigo que é bem real? Leiam o artigo e depois tirem as vossas ilações! Como em tudo na vida, são escolhas. Mas fazer uma escolha baseada num perigo real parece-me uma má escolha! Pior, uma escolha baseada na vaidade.
xoxo
cindy