O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem
Assusta-me a velocidade com que o tempo passa. Este ano tem passado a voar e teve tantas coisas boas mas também algumas más - a morte da minha avó e de outras pessoas que de algum modo me tocaram. Entre Março e Maio houve dias negros e tristes mas a partir daí tudo se foi compondo. E não sei como, estamos em finais de Novembro!
Às vezes parece-me que vivemos de acontecimento em acontecimento e os dias pelo meio vão ficando esquecidos e em piloto automático. São as férias, depois o regresso às aulas, o outono, o natal and so on... Os fins de semana passam a correr ou porque temos planos ou porque queremos fazer o que não fizemos durante a semana e vai ficando em lista de espera. São as coisas que ficam por fazer no ram-ram dos dias, no "não tenho tempo", amanhã faço. Muitas vezes dou por mim a prometer, "quando a M chegar da escola, vamos fazer alguma atividade...". E depois ela chega, e na maior parte das vezes acabamos por não fazer nada. Ou porque ela chega e é birra atrás de birra, eu canso-me e desisto. Ou porque entre dar banhos, preparar o jantar, dar mama ao bebé e arranjar as coisas para o dia seguinte... não sobra tempo. Lá volto eu ao tempo... ou falta dele.
Tenho a sensação que falta tempo para não fazer nada... simplesmente estar. Muitas vezes olho para os filhotes e apetecia-me congelar o tempo. Resta-me a esperança que eles se lembrem de quando eram pequeninos e a mãe lhes fazia panquecas para o pequeno almoço ou que a M. recorde de irmos apanhar folhas e paus no Outono e jogar à bola com o pai, tal como eu me lembro de fazer pastés de nata com a minha mãe e avó ou de jogar o mastermind com o meu pai.
Dá para ver que estou nostálgica? E ainda nem chegou o fim do ano...