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Eu hoje nem ia passar por aqui mas tenho MESMO de desabafar...
Às vezes ser-se freelancer é muito ingrato. Sem falar da instabilidade em termos remuneratórios, às vezes geram-se confusões e complicações quando os clientes, ingenuamente ou propositadamente, não respeitam os limites do que foi contratualizado. Mais uma coisinha ali, mais um problema acolá e quando vamos a ver o trabalho já ultrapassou em muito o combinado e expectável. Para evitar situações dessas, nada como ter tudo direitinho no contrato, de modo a depois não haver mal-entendidos.
Mesmo assim, há quem ache que se trabalha de borla. E infelizmente, é o pão nosso de cada dia. Viram o apelo da Rita Ferro Rodrigues a semana passada na Maria Capaz? Ah, não temos dinheiro mas gostávamos muito que um designer nos fizesse x,y e z e depois publicitamos aqui na plataforma. Uma vergonha, ainda para mais porque supostamente a Maria Capaz é defensora dos direitos de igualdade das mulheres. Mas deve ser só no papel, ou melhor na internet. Não há neste país qualquer tipo de respeito pelo trabalho dos criativos.
xoxo
cindy
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Quanto valemos? Quanto vale o nosso trabalho? Qual é o nosso preço justo?
A semana passada recebi uma chamada para ir a uma entrevista para um part time a que me tinha candidatado em Dezembro. Nesta fase do campeonato seria mesmo ouro sobre azul, conseguir completar a minha atividade como freelancer com um part time na área.
Lá fui eu, fiz o trabalho de casa, investiguei um pouco a empresa e até estava entusiasmada. Mostrei o meu portfólio em formato digital (obrigada tia pelo tablet) e respondi a algumas perguntas. Perguntei quantas horas diárias seriam, responderam 4h, da parte da tarde o que para mim seria o ideal. Mas fui logo "avisada" que as 4h se poderiam estender para além disso, se bem que fizessem questão que ninguém ficasse depois das 20h. Esta conversa é recorrente na minha área. Parece que só é bom profissional quem ficar para depois da hora e parece de bom tom haver sempre coisas para resolver à hora de saída. Lamento, mas um bom profissional organiza sempre bem o seu tempo de modo a fazer as suas tarefas em horário de trabaho. Claro, que há excepções mas lá está, são excepções e não a regra. Bem, estão a ver o filme. Entrava às 14h30 e ficava até às 20h. Rico part time, certo?
Depois perguntei se seria a contrato e ouvi um relambório acerca de uma funcionária que tinha sido passada para o quadro e que tinha feito tudo o que não devia - engravidar, gozar a licença e ainda faltar quando o filho estava doente. Imaginem o atrevimento, péssima funcionária, sem dúvida alguma. Portanto, nada de contratos, recibos verdes e é se queres. Agora façam as contas comigo. No mínimo 130€ para a SS, depois 25% de retenção na fonte já que arquitetura é uma das profissões em que a retenção atinge o máximo, embora não perceba bem porquê. Portanto se eu ganhasse 400€, um valor "bom" para um part time, ficaria, descontos feitos com 170€ por mês. Ena pá, tanto.
Perguntam-se se pensei em valores, eu digo que não e fico de enviar uma proposta, sendo que num universo de 3 candidatos finalistas o ordenado pedido será fator decisivo. Ouço um discurso sobre o estado da arquitetura e as agruras da profissão. Juro que por momentos pensei que estava a ouvir o meu ex-patrão que nadava em dinheiro qual tio patinhas mas que se queixava sempre. Agradeci a entrevista e vim embora.
Fui buscar a Pinypon e vim para casa a matutar naquilo. Nem sabia com o que devia ficar mais ofendida, se com a componente descriminatória da conversa sobre o "engravidar", se com o rebaixamento da profissão que escolhi. Se for a fazer as contas, a empregada doméstica da minha avó ganharia mais que eu, sem ter uma licenciatura, sem ter gastos com material, sem ter responsabilidade civil no decurso da sua atividade profissional. Chamem-me idealista, ingénua, alheada da realidade. MAS, parece-me que há valores dos quais não devemos abdicar se queremos trabalhar na nossa profissão. Caso contrário, mais vale trabalhar numa loja de roupa, há contrato, ganha-se mais, também se trabalha muito mas ao menos não queimo os fusíveis nem me preocupo se a casa cai. Não tenho de ler carradas de legislação, não tenho que esperar séculos por respostas das entidades, não tenho de lidar com outras áreas profissionais.
De qualquer modo, fiz a minha parte e enviei a minha proposta, sem olhar a fatores intimidatórios, um valor por hora que achava justo receber pelo meu trabalho e pela minha experiência profissional. Porque sei que sou uma profissional completa, nunca me limitei a ser desenhadora das ideias dos outros e contrariamente a muitos colegas, sempre acompanhei todas as fases dos projetos. Por isso, sei o que valho e foi mediante isso que enviei a minha proposta. Se acharem muito... bem, eu fiz a minha parte.
Portanto, cá continuarei eu em regime freelancer. Já sabem, se precisarem de uma arquiteta, cá estou eu.
xoxo
cindy
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Os recibos verdes são simplesmente a pior coisinha à face da terra...
Concordam?
xoxo
cindy
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